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Atualização Remdesivir: novos resultados contra a COVID-19


Hoje, voltamos a falar do Remdesivir, um medicamento promissor no tratamento da COVID-19. Em nosso texto “Remdesivir: Um novo caminho ou um tratamento falho?” falamos especificamente sobre este medicamento, um antiviral inicialmente desenvolvido para o tratamento da doença por vírus Ebola, que atua sobre uma enzima viral, impedindo que o mesmo seja propagado dentro da célula hospedeira.

Naquele momento, os estudos ainda preliminares não demonstraram efeito positivo ou negativo de forma significativa. Agora, algumas pesquisas já têm resultados que apontam uma possível aplicabilidade do remdesivir para tratamento da COVID-19, levando diversos países, como a Coréia do Sul, a Índia, os Estados Unidos e, recentemente, o Canadá, a aprovarem a sua utilização para tratamento e ensaios clínicos.

Este medicamento, segundo os estudos clínicos e epidemiológicos que vêm sendo realizados, parece reduzir o tempo de internação em UTI de 15 para 11 dias; no caso da África do Sul, segundo projeções publicadas na Clinical Infectious Diseases, sua utilização poderia salvar até mais de 6 mil vidas por mês. Entretanto, apesar de todas as estimativas otimistas, os autores do estudo afirmam que as projeções variam de acordo com o país, a população, os hospitais e, principalmente, os recursos dos centros de tratamento intensivo, como equipamentos e suportes.

A empresa farmacêutica Gilead Sciences é a responsável pelo desenvolvimento do medicamento e, segundo divulgado, um dos sete estudos envolvendo Remdesivir, o SIMPLE-Severe trial (já na Fase III), mostra resultados bastante promissores, com redução de até 62% na taxa de mortalidade.

Um estudo publicado na revista Nature, em 24 de julho, mostrou a eficácia de 21 medicamentos em bloquear a síntese do coronavírus, em doses com concentrações permitidas para utilização em humanos, incluindo o Remdesivir. Destes, quatro mostraram sinergismo com Remdesivir, melhorando a atuação do mesmo. Apesar de todo o otimismo em torno deste fármaco, os autores lembram que os percentuais de recuperação em torno de 47-50% estão longe do ideal e que, de fato, é necessário que se busque ainda outras possibilidades terapêuticas, como a utilização de coquetéis — tratamentos que envolvem duas ou mais substâncias.

Lembramos que, apesar de promissores, esses estudos ainda são muito preliminares e estão sendo realizados emergencialmente. Portanto, sempre consulte seu médico antes de qualquer necessidade terapêutica e nunca se automedique. Como a maioria dos medicamentos o Remdesivir também possui efeitos adversos e deve ser utilizado sob orientação. A busca pelo tratamento da COVID-19 segue, os ensaios clínicos estão sendo ampliados, e a busca por um medicamento eficaz, bem como pela vacina, não cessam.

Referências:

https://docs.google.com/document/d/1bT4MNCKIrSZZqbDgJFFgZK5kMxklsBvEUkS8EdEPBRU/edit

https://www.infomoney.com.br/economia/remdesivir-indica-baixa-de-62-no-risco-de-mortalidade-por-covid-afirma-gilead/

https://www.em.com.br/app/noticia/bem-viver/2020/07/08/interna_bem_viver,1163882/estudo-mostra-remdesivir-reduz-tempo-de-uti-de-pacientes-com-covid-19.shtml

https://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2020/06/03/interna_internacional,1153440/coreia-do-sul-e-india-aprovam-uso-de-remdesivir-contra-covid-19.shtml

https://jc.ne10.uol.com.br/mundo/2020/07/11957094-estudo-identifica-21-medicamentos-capazes-de-bloquear-a-reproducao-do-coronavirus.html

https://www.nature.com/articles/s41586-020-2577-1_reference.pdf

https://www.gilead.com/purpose/advancing-global-health/covid-19/remdesivir-clinical-trials

https://clinicaltrials.gov/ct2/show/NCT04292899

https://www.gilead.com/purpose/advancing-global-health/covid-19

https://www.drugs.com/sfx/remdesivir-side-effects.html


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