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Uso e descarte de medicamentos na pandemia da COVID-19


Desde o início da pandemia, temos divulgado informações sobre os medicamentos em teste para o tratamento da COVID-19, além de algumas medidas provisórias que buscam a desaceleração da expansão da pandemia, a fim de informar à população sobre seu atual cenário mundial.

Contudo, um grande fluxo de informação vem sendo produzido e divulgado nos telejornais e pela mídia em geral e, apesar de seu caráter educativo, também há consequências negativas. Tanta informação, aliada ao medo e preocupação, gera impactos sobre o comportamento e ações tomadas em relação ao uso e descarte de medicamentos, como observado em estudos que indicam aumento significativo sobre a venda dos mesmos. Consequentemente, devido a este fato, há uma maior probabilidade do descarte incorreto desses fármacos.

Há relatos de aumento na venda de alguns produtos, principalmente da hidroxicloroquina (53,03%) e da dipirona sódica (51%) em São Paulo; da vitamina C (180%) e do paracetamol (77,35%) em Alagoas; e da vitamina D em Minas Gerais (400%). A maior comercialização desses medicamentos está relacionada, parcialmente, com o aumento da frequência da prescrição ou indicação deles. Além disso, a publicação de alguns resultados promissores — apesar de muito precoces — de certos fármacos contra o SARS-CoV-2 durante a pandemia também favoreceu esse aumento. Apesar de ainda não termos detectado nenhum estudo neste sentido, também serão necessários estudos de acompanhamento para que se avaliem diretamente os efeitos sobre o descarte destes medicamentos e seus possíveis impactos.

O descarte incorreto de medicamentos, bem como seu uso excessivo, é prejudicial não só para nós humanos, mas também para animais e para o meio ambiente em geral, afetando o solo, rios, plantações e oceanos. Isto ocorre pelos fármacos serem compostos químicos capazes de alterar, direta ou indiretamente, o ambiente onde são descartados, a depender da forma como é feito o descarte. A contaminação ambiental, por sua vez, está intimamente associada a prejuízos na saúde humana e animal. Nossa espécie depende integralmente do meio ambiente para a sobrevivência, e também pode se contaminar a partir do contato com essas substâncias. Substâncias químicas que contaminam o solo e, consequentemente, o lençol freático, podem retornar para nossas casas através da água das torneiras das nossas casas.

Como, então, promover o descarte consciente dos medicamentos durante a pandemia e no período de quarentena? Uma boa iniciativa é separar os medicamentos vencidos e que, portanto, não serão mais usados, dos comprados indevidamente e também daqueles que serão realmente usados; colocá-los em recipientes separados e identificados de forma adequada. Assim, ao final do isolamento, deve ser procurado um ponto de coleta para dispensar esses medicamentos, de forma que tenham o destino correto. Em hipótese alguma o medicamento deve ser descartado em lixos comuns ou recicláveis, pias, ralos e vasos sanitários. Além disso, a orientação por um profissional competente da área é fundamental, mesmo na compra de medicamentos que não precisem de prescrição médica.

Referências: https://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/2020/05/02/cresce-venda-de-medicamentos-em-al-durante-pandemia-do-coronavirus.ghtml https://guiadafarmacia.com.br/pandemia-consumo-de-medicamentos-e-vitaminas-aumenta-em-ate-198-em-sp/ https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2020/05/04/interna_gerais,1144213/venda-de-remedios-dispara-durante-a-pandemia-de-covid-19.shtml https://guiadafarmacia.com.br/o-descarte-correto-de-medicamentos/ https://www.ache.com.br/saude-e-bem-estar/cuidados-com-medicamentos/descarte-de-medicamentos/ http://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/132/014a016_artigo_dr_walter.pdf

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