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Avanços na pesquisa sobre o uso da cloroquina: benefício ou mortalidade?


Como já falamos extensamente, atualmente não existe um tratamento para COVID-19. Contudo, no Brasil, a ANVISA já emitiu autorização para uso emergencial de cloroquina e hidroxicloroquina para tratar pacientes hospitalizados, seguindo conduta de outros países. Recentemente, a Universidade de Oxford, no Reino Unido, realizou uma revisão onde reuniram informações de experimentos ao redor do mundo voltados para o uso da cloroquina contra a COVID-19. Os dados desse estudo não apoiam o uso de hidroxicloroquina ou cloroquina na prevenção e no tratamento da COVID-19. Há apenas dois estudos publicados sobre seu uso no tratamento da doença que estão disponíveis para o público: nenhum deles conclui que seja efetivo, nem em casos moderados e nem em casos graves. Além disso, os artigos não seguem os protocolos básicos de pesquisa exigidos para investigações clínicas. O Brasil também tem realizado experimentos sobre o tratamento da doença. Em Manaus, foi iniciado um estudo clínico randomizado para testar a segurança e eficácia de duas doses diferentes de cloroquina - uma baixa e uma alta - como terapia para pacientes hospitalizados com COVID-19. O grupo de pacientes que recebeu a dose alta apresentou mais arritmia - aceleração da frequência cardíaca, um dos efeitos colaterais conhecidos da cloroquina - e maior taxa de letalidade, tanto em comparação ao grupo que recebeu a dose baixa quanto em relação ao grupo que sequer recebeu a cloroquina. Devido a estes resultados e morte de alguns pacientes participantes, a parte do estudo com altas dosagens da droga foi suspensa. Entretanto, a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa já autorizou mais de 100 estudos acerca dos diferentes medicamentos que podem ter alguma ação sobre a infecção pelo SARS-CoV-2, dentre eles a cloroquina e a hidroxicloroquina, tanto em face precoce, quanto em pacientes graves. Dentre os diferentes estudos e possibilidades de tratamento, apenas uma questão é unânime: a necessidade de cautela! Apesar de vários estudos estarem em andamento, ainda levará algum tempo até que se obtenha resultados efetivos sobre a eficácia de algum dos protocolos de tratamento.

E, como já amplamente divulgado, nós do DescartUFF destacamos mais uma vez que a cloroquina é um medicamento em teste, que apresenta muitos efeitos colaterais e certa taxa de letalidade. Portanto, é essencial se medicar apenas sob indicação de um médico.

Referências: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2020.04.07.20056424v2?fbclid=IwAR0BxnjpGMhnRCAmwomm84WzkGKThO0xOZYFsJO87a8PxT_jxeiB0cCc_Hc https://www.cnnbrasil.com.br/saude/2020/04/13/estudo-brasileiro-sobre-cloroquina-e-interrompido-apos-morte-de-pacientes https://www.cebm.net/covid-19/hydroxychloroquine-for-covid-19-what-do-the-clinical-trials-tell-us/

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